Lilia Moritz Schwarcz se torna a 11ª mulher imortal da Academia Brasileira de Letras

Antropóloga Lilia Moritz Schawarcz foi eleita para a cadeira de número 9 na sucessão do historiador e diplomata Alberto da Costa e Silva, falecido no final de 2023.

A antropóloga Lilia Moritz Schwarcz/ Foto: Mathilde Missioneiro (Folhapress)

Aconteceu ontem, 7, a votação que culminou na eleição de Lilia Moritz Schwarcz para a Academia Brasileira de Letras. A antropóloga, professora da USP e escritora entra na Casa de Machado de Assis para ocupar a cadeira de número 9, anteriormente ocupada por Alberto da Costa e Silva, falecido no fim de 2023. Lilia se tornará a quinta mulher na atual formação da ABL e a 11ª entre as mulheres eleitas em toda a história da casa.

Conheça Lilia Schwarcz

Foto: Divulgação.

Uma das figuras intelectuais mais conhecidas do Brasil atualmente, Lilia Moritz Schwarcz coleciona prêmios, condecorações e feitos notáveis. É professora titular do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP) e Global Scholar na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Também atua como curadora do Museu de Arte de São Paulo, o MASP.

Ao longo de uma carreira de décadas, Lilia vem acumulando prêmios por seus mais de 30 livros, transitando entre diversos gêneros. Já escreveu ficção, ensaio, biografia e grandes obras teóricas. Com “As Barbas do Imperador: Dom Pedro II, um monarca nos trópicos” ganhou o Prêmio Jabuti de livro do ano em 1999.

Entre outros títulos admiráveis, estão a biografia “Lima Barreto: Triste Visionário”, vencedor do Prêmio da Biblioteca Nacional e, mais recentemente, o livro de fôlego “Brasil: Uma Biografia”, ao lado da historiadora Heloisa M. Starling. Ano passado, Schwarcz recebeu mais uma vez o Prêmio Jabuti na categoria “Juvenil” com o livro “Óculos de Cor: Enxergar e não ver”.

Junto ao marido, Luiz Schwarcz, Lilia fundou a editora Companhia das Letras, que atualmente é o maior grupo editorial do país.

Lilia entra para a academia com 24 votos de um total de 38. Na mesma eleição, concorriam Chirles Oliveira Santos, Ney Suassuna, Antônio Hélio da Silva, J. M. Monteirás, Martinho Ramalho de Melo e Edgard Telles Ribeiro, que recebeu 12 votos. Outros dois acadêmicos se absteram de votar.

A Cadeira de nº 9

O escritor e diplomata Alberto da Costa e Silva/ Foto: Ricardo Borges (Folhapress)

Lilia Schwarcz será a primeira mulher a ocupar a cadeira de n9 que tem como patrono o escritor, poeta e diplomata Gonçalves de Magalhães. O fundador da cadeira foi o também diplomata Carlos Magalhães de Azevedo. Ao que parece, a cadeira tem uma tradição com autores diplomatas e estudiosos das ciências sociais.

O último a ocupar a cadeira, antes de Lilia, foi o historiador e diplomata brasileiro Alberto da Costa e Silva, que faleceu em novembro de 2023. Alberto chegou a ser presidente da Casa de Machado de Assis anteriormente e recebeu o Prêmio Camões, maior distinção para autores de língua portuguesa.

No Instagram, Lilia celebrou a eleição para a cadeira de n9 com uma foto ao lado do professor Alberto da Costa e Silva. Na legenda ela escreve:

É com imensa honra e tomada por grande emoção que comunico minha eleição na Academia Brasileira de Letras. Entro na cadeira 9 que ficou vaga por ocasiao do falecimento do saudoso Alberto da Costa e Silva. Alberto era nosso maior africanista, poeta de mão cheia, cronista sensível, memorialista da subjetividade, historiador erudito, diplomata referenciado e um defensor combativo e incansável da equidade racial no Brasil.

Lilia Moritz Schwarcz para o Instagram.

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